Escolas internacionais com preços milionários(Angola)

Vinte dois mil e 700 dólares é o valor que os encarregados de educação que têm os seus educandos a frequentar o pré-escolar ou o primeiro ciclo do ensino de base no colégio São Francisco de Assis (SFA), regido por normas portuguesas, no Talatona, em Luanda, pagam anualmente.
O valor acima mencionado está relacionado aos quatro mil e 100 dólares da matrícula, 15 mil e 600 dólares pelas propinas anuais (cinco mil e 200 dólares por trimestre) e três mil dólares para os almoços e lanches.
No montante não está incluído o pagamento das actividades extracurriculares nem das horas prolongadas que os estudantes permanecem na instituição depois das aulas.
Os pais que têm os seus filhos a frequentar o segundo ciclo do ensino de base pagam um valor que ronda os vinte três mil e trezentos dólares anuais, isto é 600 dólares há mais em relação aos do pré-escolar.
Para “facilitar” os pais, a taxa de inscrição pode ser desembolsada em duas parcelas. A primeira fatia, isto é 2.050 dólares, deve ser depositada em Maio, numa das contas bancárias da escola existentes no Banco de Fomento Angola (BFA) ou no Banco Internacional de Crédito (BIC) para garantir a vaga, e a segunda parcela em Junho ou Julho no acto da matrícula.
Apesar de se encontrar no território angolano, o colégio SFA apresenta-se como sendo uma instituição que cumpre “integralmente os currículos definidos pelo Ministério da Educação Português e de programas complementares imprescindíveis ao desenvolvimento das capacidades intelectuais, físicas, sociais e emocionais dos alunos”.
De acordo com informações a que tivemos acesso, os alunos permanecem no local das 7 horas 30 às 16horas e este período pode ser estendido para às 18horas 30, se o educador estiver disposto a pagar mais 350 dólares por trimestre.
Entretanto, todos aqueles que não estejam inseridos neste pacote e por qualquer motivo permaneçam na instituição mais tempo do que o estabelecido, são obrigados a pagar 15 dólares por hora no final do mês.
Caso ultrapasse o horário de “prolongamento” (18horas e 30 minutos), o valor passa para 35 dólares em cada 30 minutos.  As pessoas que tencionam que o seu educando pratique alguma actividade extracurricular durante o período de “prolongamento” pagam 350 dólares. “As modalidades de prolongamento parcial apenas se aplicam aos alunos que frequentam as actividades extracurriculares promovidas pelo colégio”, lê-se no documento que tivemos acesso.
O colégio SFA admite crianças dos três aos cinco anos para o préescolar e de diferentes idades para o primeiro e segundo ciclo do ensino de base. O primeiro ciclo tem a duração de quatro anos e o segundo de dois anos e os estudantes podem permanecer lá até atingirem os 19 anos.
NACIONALIDADES DETERMINAM PREÇOS 
As nacionalidades dos candidatos à serem admitidos nas Escolas Portuguesa, Francesa e Inglesa determinam o preço das mensalidades. Apesar de O PAÍS não ter tido acesso a nova tabela de preços da Escola Portuguesa de Luanda, que entrará em vigor a partir do ano lectivo 2011/2012, constatamos que na do ano transacto apenas o preço da taxa de matrícula, estipulado em 200 euros, era o mesmo para todas as nacionalidades e níveis.
Nesta instituição, as mensalidades são pagas por quadrimestre ao preço de 990,54 euros (mil e 355 dólares) para os cidadãos portugueses e 1271,29 euros (mil e 739 dólares) para as pessoas de outras nacionalidades, o que perfaz uma diferença de 280,75 euros (384 dólares).
A Luanda International School (Escola Internacional de Luanda) recebe estudantes dos três aos 18 anos e os angolanos beneficiam de um desconto no valor anual das propinas. Segundo apuramos, a sua tabela de preço também sofreu alteração para o ano lectivo 2011/2012 e a taxa de inscrição subiu este ano de 200 para 400 dólares.
O valor pago pelos funcionários das Organizações Não Governamentais e das Embaixadas que têm os seus filhos nesta escola aumentou de 24 para 32 mil dólares anuais.
Enquanto o preço para os angolanos subiu de 24 para 27 mil dólares, em igual período.
No Liceu Francês Alione Blondin Beye, a tabela de preços está dividida em três grupos, nomeadamente, franceses, angolanos e de outras nacionalidades. (ver caixa ao lado).
A escola Congolesa é a única que estipula um único preço para todas as nacionalidades.
A directora de inscrição da Luanda International School, Martina Moetz explicou a O PAÍS, esta quarta-feira, 26, que as mensalidades podem ser pagas em três parcelas desde que o cliente se predisponha a pagar um acréscimo de cinco por cento do valor anual em cada etapa. O que será mil e 600 dólares para os filhos dos repatriados e mil e 350 dólares para os angolanos.
“Seguimos o calendário académico do hemisfério norte que começa em Agosto e termina em Junho e posso afirmar que 24 por centos dos nossos estudantes são angolanos”, explicou.   A Escola apresenta-se no seu site como sendo uma associação sem fins lucrativos de direito angolano e o montante arrecadado com as propinas é utilizado para custear as despesas de funcionamento. “As propinas são utilizadas para garantir o funcionamento da escola que trabalha como uma organização sem fins lucrativos”, lê-se no seu site.
REFEIÇÕES A“PESO DE OURO” 
Quanto às refeições, o colégio SFA tem uma tabela de preço diversificada. Os alunos inseridos no sistema pré-escolar e no primeiro ciclo que almoçam por conta da instituição desembolsa um valor que altera de acordo com as modalidades de pagamento. As refeições podem ser pagas de forma trimestral (800 dólares), mensal (300 dólares) e diário (16 dólares). Os que levam o almoço de casa, não ficam isentos de honrar com qualquer compromisso financeiro, visto que têm que optar entre pagar por trimestre 200 dólares ou 100 dólares mensal.
A mesma regra é aplicada aos lanches que são distribuídos em função do pagamento de 200 dólares por trimestre, 85 dólares por mês ou seis dólares por dia. Para além das duas refeições diárias, os estudantes do segundo ciclo ainda têm direito ao pequeno-almoço. O montante desta refeição pode ser pago de três formas, nomeadamente, 200 dólares trimestral, 85 dólares mensal ou seis dólares diário.Os educadores que têm três filhos a frequentar esta unidade de ensino beneficiam de descontos especiais ao pagarem às matrículas e às actividades lectivas, designadamente, 10 por cento para o primeiro irmão (ã) e 20 por cento para o segundo.
No documento fornecido aos pais no acto da inscrição está determinado que “nenhum aluno poderá frequentar o colégio com qualquer pagamento em atraso”.
Na Luanda International School, os almoços são servidos por uma empresa contratada para o efeito, mas só para servir aos estudantes que os seus pais aderiram a este pacote. Contrariamente ao colégio São Francisco de Assis, onde os encarregados de educação são livres de escolher se pagam na totalidade, isto é mil e 750 dólares/ ano ou oitocentos e 75 por semestre. Já na Escola Portuguesa de Luanda, existe uma cantina onde os alunos são livres de decidir se pretendem ou não saciar ali a fome.
Angolana entre as mais caras
 
A direcção da creche e jardim de infância Kid Space, considerada como uma das mais caras do mercado, adoptou o modelo português e inglês.
Os interessados pagam mil e 800 dólares pela inscrição e as mensalidades variam em função do pacote que escolherem durantes 11 meses. O pacote português custa mil e 350 dólares e o inglês é 800 dólares.
O Liceu Francês Alioune Blondin Beye, vulgo escola Francesa de Luanda, tem uma política de admissão virada para as crianças originárias do seu país que já frequentaram o sistema educativo Francês. A taxa de inscrição é 300 euros (409,80 dólares) e a reinscrição custa 130 euros (177,77 dólares).
As propinas são pagas de forma anual e se diferenciam em função da nacionalidade e níveis escolares. A multa para as crianças francesas que frequentam a pré-escolar e o ensino primário varia de três mil e 810 euros (cinco mil e 216 dólares), das angolanas é quatro mil 350 euros (cinco mil e 953 dólares) e de outras nacionalidades são cinco mil e 235 euros (sete mil e 159 dólares).
Os encarregados que têm os seus filhos a frequentarem o colegial, equivalente ao segundo nível no sistema angolano, obedecem a uma tabela de preço estipulada da seguinte forma: cinco mil e 55 euros (seis mil e 915 dólares) para os franceses, cinco mil e 595 euros (sete mil e 656 dólares) para os angolanos e sete mil e 245 euros (nove mil e 915 dólares) para os de outras nacionalidades.
No caso das crianças angolanas que estão a frequentar o liceu, equivalente a sétima e a oitava, os seus pais desembolsam seis mil e 45 euros (oito mil e 269 dólares), ao passo que os franceses cinco mil e 520 euros (sete mil e 552 dólares) e os de outras nacionalidades sete mil e 830 (dez mil e 713 dólares).
Entre todas as instituições de ensino internacionais existentes no nosso país, a escola Marien Ngouabi, afecto à Embaixada da República do Congo, é a que pratica o preço mais baixo. A inscrição custa 150 dólares e o valor das propinas mensais variam de 100 a 150 dólares em função do nível académico.



0 comentários: sobre Escolas internacionais com preços milionários(Angola)

Enviar um comentário para Escolas internacionais com preços milionários(Angola)

Leia As Regras
Todos os comentários são lidos e moderados previamente
São Publicados aqueles que respeitarem as regras a baixo:

-Seu comentário precisa ter relação com o assunto do post

-Em hipótese alguma faça propaganda de outros blogs ou sites

-Se quiser deixar sua Url, comente usando a opção Open ID

OBS: Comentários Dos leitores não reflectem nas opiniões do blog